Sobre o Amor


Diferentes Religiões

A mão de Deus que nos guarda é a mesma,

apenas estamos sentados em diferentes dedos.

Pai José de Aruanda

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Pai Nosso

original aramaico grafado em lápide de mármore em Jerusalém – conforme orado por Jesus de Nazaré


Pai-Mãe, respiração da Vida, Fonte do Som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos!
Faça Sua luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
Nosso Eu, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só, em toda a luz, assim como em todas as formas, em toda a existência individual, assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois assim sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda, e nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento de que o Senhor é o Poder e a Glória do Mundo, a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.
Possa o Seu Amor ser o solo onde crescem nossas ações.
Que Assim Seja!

domingo, 17 de julho de 2011

Lá no meu tempo

Lá no meu tempo, nas lavouras de cana, nós tinha dois negros que eram os melhores...
Trabalhavam de sol a sol e ninguém conseguia fazer a tarefa tão bem quanto eles.
O senhor gostava demais dos dois, gostava do serviço que eles faziam.
Mas um deles fazia ainda mais que o outro.
O outro, que eu falo, sabia que ninguém cortava tanta cana e nem podia cortar. Mas eles tinham que produzir pra não ir pro tronco ou sofrer outro castigo. Então ele parava, as vezes, para buscar água pro povo. Por isso ele não cortava tanto quanto aquele outro, primeiro.
Mas o tempo passou, e eles não aguentavam mais a lida debaixo do sol, dentro do canavial, cortando os quintal de cana. E ficaram lá na senzala, tortos do trabalho, sem muito poder fazer.
E o primeiro, o que mais trabalhava e cortava, acabou morrendo cedo, logo depois que ficou encostado.
O outro ainda viveu muitos anos, sendo alimentado com o que os outros aparteavam da comida (porque o fazendeiro não alimentava negro que não trabalhava), mas viveu feliz... muito tempo.
O primeiro não aguentou a solidão. Ninguém conversava com ele e nem ele com ninguém. Mesmo a comida não lhe era muita. Amanheceu morto, desapercebido, sozinho, pouco tempo depois que se encostou.
E por que isso? Porque ele era o melhor, junto com o outro, mas só trabalhava e agradava seu senhor. E quando isso acabou, nem senhor, nem feitor lhe deu agrado, lhe deu valia.
O outro trabalhou muito, era muito bom no corte, agradou também seu senhor com tanta produção que dava, mas não esqueceu os seus. Tirava um tanto do seu tempo para ajudar com a água, aqueles que não podia parar, que se parasse ia dar falta da produção.
Esse era o melhor.                                                                                  
Quando sozinho, seu senhor e seu feitor não lhe fizeram agrado, que isso não era coisa de branco fazer com preto, inda mais preto sem valia pra lida. Mas os irmãos não lhe negaram. Davam prosa, dava alimento, dava a água que ele agora não podia buscar. Ele viveu muitos anos, esse preto nem se alembra quantos, e morreu arrodeado de gente. Sobrava mão pra segurar a sua.
Então, vocês, agora aqui nesta terra, se alembrem que vocês tem que ser os melhores, não importa em que trabalhem, tem que ser os melhores. Mas, ser o melhor mesmo é trabalhar por todos, por cada irmão. Isso, em qualquer tipo de trabalho é possível.


Bater Cabeça

Este texto não é de Pai José de Aruanda, mas ele concorda com o texto obtido de outro site e eu, usando os recursos que a profissão de jornalista me permite, alterei procurando deixá-lo mais sucinto, portanto o disponibilizo neste espaço.


Este gesto aparece durante todos os trabalhos. É um gesto de comprometimento e devoção. E, a cada momento, tem seus significados específicos.


Para os consulentes, fica a dúvida: O que pensar durante o ‘bater cabeça’? O que significa isso? Será que eu fiz o correto?
Quando batemos a nossa cabeça aceitamos a vontade Divina de que somos todos subordinados à uma Lei Maior e com Ela concordamos.


É renovação de nosso compromisso com Deus, com a Caridade e como o caminho que escolhemos para a iluminação de nosso espírito e dos que nos cercam.

Nos postamos abaixados, pedimos proteção, luz, enfim, momento de comunhão com as emanações de Deus para nossos pedidos.

Como se pode ver, batemos a cabeça com um sentido claro e muito profundo.

Gestos cheios de sentido

Este texto não é de Pai José de Aruanda, mas ele concorda com o texto que foi obtido de outro site e eu, usando os recursos que a profissão de jornalista me permite, alterei procurando deixá-lo mais sucinto , portanto o disponibilizo neste espaço.


Nós umbandistas possuímos uma série de gestos e cumprimentos que sempre são cheios de significados. Não existe nada em nosso ritual (ritual de nosso Terreiro) que não tenha um significado e que o mesmo seja desconhecido.

No início de nossos trabalhos todos os médiuns batem a cabeça enquanto entoamos um ponto cantado:

"Para você que é filho de Umbanda,
Para você que é filho de Fé
Bata com a cabeça
e peça a Deus o que quiser."

Assim os membros da corrente batem a cabeça diretamente no altar. Este gesto que acontece logo no início de todas as giras não pode e não deve ser um ato mecânico. É um gesto de muito comprometimento e devoção, afinal, quando batemos a nossa cabeça é o mesmo que aceitarmos, nos subordinarmos à vontade Divina, à vontade dos Orixás e, assim, à Lei da Umbanda.
Bater a cabeça é aceitar e compreender que estamos todos subordinados à uma Lei Maior e com Ela concordamos. Também é um ato de submissão, uma demonstração de humildade em relação aos Orixás, aos Guias e à Umbanda.
Ainda é um ato de renovação de nosso compromisso com a Umbanda, um compromisso com a caridade e como esta religião é o caminho que escolhemos para a iluminação de nosso espírito e daqueles que nos circundam. E diante deste ato em que nos postamos abaixados, temos um momento em que pedimos algo para os nossos Orixás, proteção, luz, enfim, um momento de comunhão com as emanações de Deus para nossos pedidos.
Como se pode ver não batemos a cabeça sem um sentido claro e muito profundo.

Em nosso Terreiro também batemos a cabeça toda vez que desincorporamos as entidades. Este ato também tem um significado parecido com o anterior, no entanto, mais concentrado no guia que acabamos de receber. É assim um pedido de agradecimento por podermos ter sido instrumentos naqueles momentos, e renovarmos nossa intenção de continuarmos sendo aparelhos dos guias e protetores da Umbanda. Ao mesmo tempo faz com que nossos chakras voltem a trabalhar na intensidade normal, comum ao nosso ser.

Como podemos ver, todo gesto tem uma razão, e o bate a cabeça não foge a esta regra. Da próxima vez lembre-se de que batendo sua cabeça você está fazendo tudo o que colocamos, concorde com isso e faça-o com respeito e dedicação.

Saravá o bate a cabeça! Saravá o Orixá de cada um de vocês!

Mensagem à Fia Dôda.

Tá com o coração rasgado? Tá sangrando por dentro? Crise é recomeço.
Não há renascer sem dor. Foi assim com você, foi assim com seus curumitos (filhos). Nascer é renascer. É vir de uma vida impensada para cumprir sua tarefa nesta vida.  E dói este renascimento. Dói para quem traz ao mundo, dói para aquele que respira pela primeira vez. O ar que entra no peito, rasga e chama pela vida.
Como você queria uma mudança sem sua necessária revolução?
Por que você pediu tanto uma luz? Os olhos cegos se ressentem da luz.
Você que estava na caverna, sem poder ver tudo o que lhe consumia e consumia aos seus, foi trazida para a luz. Seus olhos não estavam acostumados, doeram, doeram muito.
Mas, o fato de você se esconder da luz não significa que a luz não exista...
Quando se pede mudança, a gente, na verdade, está pedindo a mudança que a gente quer, do jeito que a gente quer. Deus não trabalha com meias medidas.
E o que isso significa? Que é o fim? Que o amor – agora representado mais no remanso da amizade, dos segredos compartilhados, da suavidade dos olhares e dos tocares – tenha chegado ao fim?
NÃO FIA!
Foi dada a oportunidade de recomeçar.
O caminho que havia bifurcado, que pouco a pouco a pouco afastava, a tempestade arrasou, transformou numa densa lama que impede qualquer um de prosseguir sozinho.
Agora, são necessários dois, se apoiando, se ajudando. Cada qual suprindo a fraqueza do outro e caminhando juntos, apoiados... até que se reencontrem e se tornem um.
Antes havia o caminhar silente. Cabeças baixas, corações partidos e, rondando sobre vocês a mentira de uma vida... A vida se acabava, se esvaía.
Os caminhos eram estreitos, impediam a volta. Eram bifurcados... A tempestade escureceu tudo e destruiu. Tudo se transformou num campo, sem caminhos definidos. O vendaval levou para longe os filhos – que estavam ficando pelo caminho, sem rumo a tomar. Qual estrada escolher, de repente, para quem sempre teve apenas uma? Da esquerda? Da direita? A quem acompanhar?
Fia. Tempo é um dos senhores da vida.
Agora, é tempo de lamber as feridas, aquietar, aguardar cicatrizar.
E depois de consumido esse fel, depois de lavados os erros pelas lágrimas derramadas para fora ou para dentro, os olhos límpidos enxergarão melhor o companheiro, a companheira.  E o coração lavado poderá receber de novo o amor, o novo amor.
Fia, mesmo que em algum momento você desista de Deus, Ele nunca vai desistir de você, de vocês.
Fia, to mandando aqui, por este filho, um abraço e, me permita um beijo doce na sua face.
Estarei sempre com você, velando por vocês todos, mas sem interferir como um velho chato, nas coisas que você tem que fazer por você.
Se isto foi feito, se esta tempestade foi colocada agora, é porque você está madura para saber aguardar e aproveitar a bonança.
Você não está sozinha nem aqui, neste plano em que eu estou (Aruanda), nem ai onde você vive. Preste atenção nas pérolas que você criou, elas podem te emprestar um pouco do colo que a elas você nunca negou.
abraços desse preto velho, José de Aruanda.

Mensagem dos Santos Anjos

Proteja e guarde a minha casa porque nela estão minhas raízes, que sustentam o tronco, que sustenta os galhos e suas ramas.
Abençoa, pois, minha casa.
Abençoa meu caminho, pois me carrega ao futuro e para Teus braços, Pai!
Abençoa e cuida dos que me acompanham, porque um caminho não se trilha só. Mesmo Teu Filho, Pai, reuniu dispersos filhos que O acompanharam.
Abençoa os frutos meus e abençoa mais e ainda os frutos dos frutos. Carrega-os com o amor que eu, a duras penas, aprendi a adorar. O amor mais justo, pois é de graça e, pela graça nos dado.
Abençoa ainda, todos àqueles que em nosso caminho cruzarem, que lhes respingue um tanto deste amor.
Forme-se corrente de amor e gratidão, de saúde porque há paz, de paz porque há harmonia, de harmonia porque há perdão, de perdão porque somos irmãos e coligamos um só objetivo que é o mais puro amor em que fomos gerados.
Abençoa, pois, Pai, meu lar, aonde quer ele seja.
Abençoa Pai, meu pai e mãe e todos os que vieram antes, porque geraram, num reflexo de amor, todos por quem hoje peço.
Abençoai-nos hoje e sempre, Pai.
Santo Ângelo

27/07/2008

* Santo Ângelo – do latim – Santo Anjo (Anjo da Guarda)